Governo
19 Março de 2022 | 21h03

CaféCIPRA

Angola tem condições para garantir segurança alimentar

O país tem condições endógenas extraordinárias para o desenvolvimento da segurança alimentar, actualmente considerada o novo petróleo.

 

A afirmação é do ministro da Indústria e Comércio, Victor Fernandes, feita durante o "CaféCIPRA”, com o tema "O fomento da produção nacional e a sustentabilidade da Reserva Estratégica Alimentar”, realizado esta sexta-feira, 18 de Março, pelo Centro de Imprensa da Presidência da República de Angola.

 

 

De acordo com o ministro, Angola prepara caminhos para se tornar um país relevante, no contexto das nações, com as suas grandes potencialidades no sector da segurança alimentar.

 

 "Essa decisão estratégica é muito importante ser consolidada por todos, para que não haja dúvida de que vale a pena o sector da segurança alimentar.Todos nós, independentemente da área de actividade, devemos ter noção de que este país tem de ser um player importante nesta área”, disse

 

Sobre a Reserva Estratégica Alimentar, disse que o objectivo é guardar alimentos, para acudir situações de calamidade, emergenciais, e no caso de países como Angola que o mercado ainda deve ser influenciado, incentivar acções voltadas ao sector.

 

Victor Fernandes explicou que a criação da Reserva Estratégica Alimentar foi motivada pela crise iniciada em 2018 e que se instalou até à data, com o surgimento da COVID-19, e agora influenciada igualmente pela guerra na Europa.

 

"Em 2018, quando o Governo decidiu instituir a Reserva Alimentar, não tínhamos estes dois fenómenos. Se assim não fosse, hoje em dia não teríamos esse importante instrumento de governação e de regulação de mercado para acudir situações emergenciais”, acrescentou.

 

A Reserva Estratégica Alimentar entrou em funcionamento, efectivamente, em 2021, e segundo o ministro, alguns países, até europeus que já tinham abandonado a lógica da criação de reserva estratégica alimentar, começaram a implementar por necessidade.

 

"Nós nunca sabemos efectivamente o que vai acontecer do ponto de vista da evolução do mundo. Hoje em dia, está provado que é muito importante que tenhamos um instrumento como a Reserva Estratégica Alimentar”, disse.

 

Victor Fernandes referiu que existem países que olham para Angola como um potencial centro de abastecimento para as suas necessidades alimentares. Por essa razão, acredita, "não temos como errar, se esta acção estratégica for mesmo acompanhada por todos”.

 

Para o fomento da produção nacional, o ministro disse que a estratégia passa pelo aumento da produção agrícola e industrial, com micros, pequenas e médias indústrias associadas ao circuito, e pela parte comercial com pequenos agentes que estão nas zonas mais produtivas, até chegar ao circuito de grande consumo.

 

De igual modo, defende que o fomento da actividade agrícola no país deve ser feita com a aquisição de insumos.

 

"Nós achamos que, se não conseguirmos garantir que os nossos camponeses, particularmente os da agricultura familiar, possam ter acesso aos insumos a preços que se pode adquirir, então nós não vamos ter o aumento da produção nacional. Porque ao preço que está hoje os insumos agrícolas, os nossos camponeses, aqueles que têm menos renda, não têm capacidade de chegar lá”, reconheceu.